Como manter a cultura viva e uma estratégia coerente com os desafios da nova economia

No último episódio de podcast HuTalks Cultura e Gestão, da Humanizadas, a Carolina Fernandes, Consultora Organizacional Teal Brasil, e facilitadora da mesa recebeu alguns convidados super especiais para bater um papo animado sobre “Como manter a cultura viva e uma estratégia coerente com os desafios da nova economia”, confira! 

figura em formato quadrado com humanizadas escrito em preto no fundo branco, foto de Marolina fernandes em preto e branco à esquerda e em fundo azul royal e letras em dourado #02HU e Talks em tipografia handwriting

Para iniciar a conversa, Carolina destaca que a partir de um modelo de economia insustentável que leva em consideração o poder na mão de poucos, surge o conceito de Nova Economia para pensar as organizações e o mercado no século 21. E esse modelo de pensar e agir tem causado diversos efeitos negativos para a sociedade, por isso dentro da Nova Economia vem surgindo organizações com novos propósitos e formas de pensar o mercado. 

De acordo com Tatiana Santarelli, representante da TeamHub, uma startup de gestão de cultura organizacional, a cultura é uma aliada para o alcance dos objetivos do negócio e também uma vantagem competitiva. Além disso, a cultura organizacional ocupa um lugar central quando falamos de atração e manutenção  de novos talentos, por se tratar de um diferencial positivo buscado pelos grandes talentos do mercado. 

Para Alan Abreu, representante da Reserva, marca de moda brasileira, a cultura é um fator forte dentro da empresa Reserva. Ela é a linha mestra da operação e a forma como é percebida a aderência do time interno em relação aos valores e propósitos da empresa enquanto marca. “Cuidar, emocionar e surpreender as pessoas todos os dias. A cultura gira em torno desse propósito”. 

Segundo Kelly Ramos, representante da Copastur, empresa  de gestão de viagens, o primeiro grande trabalho fundamental para manter a cultura viva e caminhando na direção certa, é gerar a melhor experiência para os colaboradores, por isso se faz necessário ouvir as demandas dos colaboradores para compreender o que pode ser feito de um jeito diferente. O grande segredo é agir rápido e dar respostas. Durante a pandemia, as empresas precisaram se reinventar. Muita coisa mudou e, agora, o momento pede a revisitação da cultura organizacional para pensar mudanças necessárias. É fundamental compreender o que deu certo até agora para implementar melhorias. O diferencial é ouvir as pessoas e agir rápido. 

Desafios da cultura organizacional: um caso de integração entre empresas 

Alan Abreu conta sobre a integração entre as empresas Arezzo e Reserva e comenta que, nesse momento de integração, o principal desafio da cultura organizacional é preservar a cultura de ambas as empresas, mas, ao mesmo tempo, integrar os departamentos e colaboradores em prol de algo em comum. 

O que é fundamental para que essa integração aconteça da melhor forma possível? 

Em primeiro lugar, é fundamental entender as forças e fraquezas de cada empresa, assim como as afinidades e objetivos. Além do mais, é preciso ter um pensamento maleável para compreender os pontos positivos de cada empresa que podem contribuir com esse processo de integração. 

Sobre esse processo de aquisição e integração, a Tatiana Santarelli, representante da TeamHub, comenta que durante esse processo é muito comum surgir uma terceira cultura, mas destaca a importância da cultura como algo fundamental para toda a empresa. Nesse sentido, a cultura é muito mais que uma ideia, a qual não está ligada a setores separados, mas, sim, a empresa. Por isso, é importante tornar compreensível para todos os colaboradores o quanto cada um contribui e tem impacto na cultura geral da organização. Assim, a cultura organizacional é responsabilidade de todos e para todos. 

As pessoas estão preparadas para ter mais autonomia e tomar decisões? 

As pessoas querem espaço. Mas, para Kelly Ramos, representante da Copastur, é preciso criar condições para que as pessoas se desenvolvam. Pensar em cultura é pensar primeiramente na simplicidade da questão. Pensar cultura não deve ser algo difícil ou um “alienígena”. É preciso voltar para o simples, entender as expectativas de cada colaborador, o que o colaborador busca e deseja, e como o líder pode contribuir com esse processo para tornar o ambiente mais acolhedor a fim de criar um ambiente seguro psicologicamente para as pessoas terem e sentirem que têm autonomia. A cultura precisa ser sentida e vivida. 

Exemplo de práticas para manter a cultura organizacional viva? 

Sobre isso, Alan Abreu comenta que em 2016, a empresa lançou uma iniciativa chamada 1P5P, isto é, a cada peça vendida, cinco refeições são destinadas a pessoas com insegurança alimentar. Para ele, essa atitude mostra o quanto é possível uma marca de moda atuar de forma socioambiental em prol do combate à fome e desperdício de alimentos. E isso, além de gerar impactos positivos na sociedade, gera orgulho entre os colaboradores. 

Como os líderes podem implementar uma gestão organizacional mais humanizada? Dicas! 

Por fim, Kelly Ramos, representante da Copastur, aponta que ainda existem líderes mais céticos que não percebem a importância da cultura organizacional. Nesses casos, fatos e dados são fundamentais para esse tipo de perfil. Tornar tangível a questão da cultura organizacional facilita a compreensão dos líderes, além de apresentar os resultados que podem ser alcançados dentro da organização com práticas positivas e saudáveis.