Diversidade e futuro: um grande indicador para a Nova Economia

A diversidade é um assunto que está sempre em pauta na mídia e nas conversas diárias. Há pouco escrevemos sobre o assunto em nosso blog. E é justamente diversidade e futuro dentro de uma Nova Economia que o podcast da Humanizadas, o Hutalks, traz como episódio da vez.

O mais recente episódio do Hutalks trouxe a mediação da Jessica Oliveira da Humanizadas, e convidados muito especiais para debater “Diversidade e Futuro” e como implementar ações mais éticas, saudáveis e também mais sustentáveis tanto no presente quanto no futuro, assim como incluir essa temática dentro da agenda das organizações e nos processos de tomada de decisão.

Como ponto de partida, o relatório “Melhores Para o Brasil” (2022), realizado a partir dos resultados obtidos de 86.553 stakeholders no Brasil, cerca de 300 organizações participantes dos mais diversos portes (micro, pequeno, médio e grande), demonstra que um dos indicadores que impactam positivamente a gestão das organizações são aqueles relacionados à diversidade e inclusão.

Resultados

E, felizmente, as organizações estão cada vez mais se dando conta dos resultados positivos que a diversidade pode trazer para a rotina de trabalho das pessoas. O relatório ainda mostra que as empresas que estão à frente de uma Nova Economia possuem a diversidade (40%) e o bem-estar dos clientes (118%) como um aspecto central da gestão. 

Leandro Corrêa da Arcos Dourados comenta que o tema da diversidade ficou por muito tempo fora da agenda das organizações, e por consequência apenas os grupos minorizados tinham compreensão da importância desse assunto.

Oportunidades

Sob uma perspectiva prática, Patrícia Santos da EmpregueAfro aponta que falar sobre diversidade é oferecer oportunidade a grupos que são historicamente excluídos e não se veem representados em espaços de poder, mostrando que é possível a ocupação de lugares que são preenchidos majoritariamente por grupos privilegiados. Assim, a diversidade na prática pode transformar vidas e realizar sonhos de inúmeras pessoas. 

Contudo, Patrícia Santos da EmpregueAfro aponta que ainda existe muita resistência sobre esse tema dentro das organizações. Por mais que existam avanços da área, o número de mulheres e homens negros em cargos de poder são poucos, se considerado o percentual de negros no Brasil. Sobre isso, o relatório da Humanizadas aponta que 58,4% dos respondentes da pesquisa “Melhores Para o Brasil” (2022), se identificam como sendo da cor branca, em seguida da cor parda 27,6% e preto 9,3%. 

Em contrapartida, a “Melhores Para o Brasil” (2022) destaca um crescimento inerente às mudanças das relações organizacionais no que diz respeito à atenção sobre a inclusão e a diversidade (58% maior).

Além disso, ao comparar as organizações consideradas Melhores Para o Brasil, com a média do mercado brasileiro (a partir da correlação com base de dados públicos avaliando mais de 5 mil organizações), se identificou que elas geram valor superior em múltiplas capitais e possuem melhor índice de diversidade e inclusão (1,40x maior) e são 4,81x mais rentáveis. 

Jornada para a transformação

Sendo assim, a diversidade traz diversos benefícios para as pessoas e organizações, e além de ser uma questão necessária é uma jornada que exige autoconhecimento para uma implementação eficaz dentro das empresas e sociedade como bem afirma o convidado Fernando Alves, da Rede Cidadã. Portanto, de acordo com Leandro Corrêa da Arcos Dourados não falar de diversidade é fortalecer os rótulos atuais e deixar que eles se perpetuem.

Por isso, a Humanizadas faz parte desse movimento em prol de uma Nova Economia que coloca a diversidade e as pessoas no ponto central para uma gestão cada vez mais positiva.