Provavelmente você já deve ter escutado sobre a importância da diversidade e inclusão nas empresas, não é mesmo? E realmente é algo muito relevante e fundamental para todo tipo de empresa. A questão da diversidade e inclusão tornou-se um tema muito debatido e visado, mas, apesar de sua importância, a temática tem levantado outras questões ainda mais sérias, como a falsa prática da diversidade e inclusão como forma de gerar engajamento e notoriedade para as marcas dentro das redes sociais.
E essa publicidade mascarada além de trazer inúmeras ações vazias que não geram resultados reais na sociedade, reforça as desigualdades e contribui para a manutenção da falta de diversidade e inclusão no ambiente de trabalho.
Por um lado, o mercado percebeu que o público LGBTQIA+, por exemplo, é uma parcela de clientes super rentável para o negócio, porém essa percepção mais estratégica que visa o lucro, não tem colocado na prática a diversidade e a inclusão. Muitas empresas acabam propagando falsas ideias e ações não condizentes com a realidade interna da organização. Felizmente, em contrapartida, os movimentos sociais estão cada vez mais engajados na fiscalização dessas práticas que visam apenas a visibilidade.
Apesar desse contexto, a diversidade e a inclusão são direitos indispensáveis e verdadeiramente benéficos, pois proporcionam um ambiente de trabalho muito mais saudável. Ela está ligada à liberdade de expressão, ao respeito às diversidades e à igualdade de oportunidades.
Qual a importância real?
Compreender a relevância da diversidade e da inclusão é fundamental para proporcionar um ambiente colaborativo, e é a grande virada de chave para qualquer negócio. Não apenas por se tratar de um diferencial competitivo, mas, principalmente, porque quando se trata de uma empresa que realmente leva a sério a diversidade e a inclusão, cria-se um espaço de maior aprendizado onde ideias e experiências são compartilhadas com abertura e respeito. E isso é um fator essencial para as empresas que desejam fazer a diferença.
Quando há respeito e diversidade de ideias, as possibilidades de sucesso e soluções criativas e “fora da caixa” são ainda maiores para as empresas. Sem contar que além de se criar um espaço engajado e uma gestão compartilhada, os colaboradores se sentem mais valorizados e pertencentes ao propósito do negócio.
Muitas empresas já se deram conta da importância desses tópicos para a cultura organizacional e fazem parte desse movimento em prol da diversidade e inclusão. Para se ter uma ideia, de acordo com o relatório Melhores Para o Brasil, da Humanizadas, realizado a partir dos resultados obtidos de 86.553 stakeholders no Brasil, cerca de 300 organizações participantes, mais de 200 organizações dos mais diversos portes (micro, pequeno, médio e grande) lideram uma Nova Economia, na qual a diversidade (40%) e o bem-estar dos clientes (119%) estão presentes.
Além de ser parte desse contexto da Nova Economia, as questões de ESG refletem no resultado financeiro das empresas, que pode ser até 4,5 vezes superior no médio e longo prazo. Os negócios que não buscam estar inseridos nessa realidade assumem uma série de riscos, como altas taxas de turnover, perda de competitividade e talentos, queda de faturamento ou até mesmo declínio do negócio.
Além disso, é importante considerar que uma Nova Economia representa a transformação cultural pautada na diversidade, propósito e transformação digital. O Brasil ainda está muito distante de alcançar seu pleno potencial de prosperidade econômica e igualdade. Mas, apesar disso, as ONGs e as empresas representam um sinal de esperança para 8 em cada 10 dez brasileiros, como mostra o relatório “Melhores Para o Brasil”. E como resultado, uma Nova Economia pode fazer o Brasil crescer mais na próxima década, com aditivo de US$538 bilhões no PIB até 2030.
Empresa destaque em diversidade e inclusão
A título de exemplo positivo, pode-se apontar o case da “Clear sale”, empresa destaque no “Melhores Para o Brasil”. A ClearSale é uma das organizações de destaque na pesquisa, com resultado em Diversidade e Inclusão 66% superior à média do mercado brasileiro. Uma autoridade em soluções antifraude e score de crédito, equilibrando tecnologia e inteligência humana para gerar confiança no mercado. Ao longo de 2021, a ClearSale iniciou um novo projeto com a fundação de seus grupos de inclusão, como Ubuntu (de negritude), Equidade de Gênero, Clear Pride (LGBTQIA+) ePC Desenvolve. Cada grupo conta com uma pessoa da alta liderança como promotora, além de representantes e aliados.
E esse resultado acima da média leva em consideração o impacto gerado pelas organizações na vida das pessoas e do planeta, ou seja, as empresas que levam o título de os “Melhores Para o Brasil” possuem culturas mais saudáveis, positivas e centradas no ser humano. No geral, os indicadores mostram que elas performam melhor em diversos aspectos quando comparadas ao mercado, especialmente 1,76 vezes a mais quando se trata de práticas ESG. Além disso, as empresas que se destacam no “Melhores Para o Brasil” demonstram um grau de maturidade elevado com foco em pessoas, co-inovação e propósito. O relatório ainda traz o comparativo entre os anos de 2020 e 2021, e aponta uma maior orientação para práticas ESG. O mercado brasileiro tem demonstrado 26% maior atenção às questões ESG (Ambiental, Social e Governança), em especial às práticas de diversidade, bem-estar, sociedade e meio ambiente.
Como colocar em prática?
É importante considerar os aspectos apresentados ao traçar ações focadas na diversidade e inclusão, pois as ações oportunistas são perceptíveis ao público. Por isso, é fundamental que a empresa defenda uma causa em prol da cultura organizacional e da sociedade. Diversidade e inclusão são questões práticas, muito mais que propagar ações vazias.
Desta forma, as empresas precisam de fato implementar práticas no dia a dia empresarial, por exemplo, 1) além de ser indispensável contratar pessoas negras, LGBTI, PCDs, entre outros, é preciso estruturar uma cultura organizacional pautada no respeito e na discussão de ações que abracem políticas e valores inclusivos; 2) investir em treinamentos sobre diversidade e conscientização no ambiente interno da organização; 3) inserir os colaboradores na tomada de decisão e no processo de criação das campanhas que serão divulgadas para o público externo; 4) por fim, é essencial que a empresa busque o aprimoramento constante sobre questões importantes da sociedade.